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sábado, 29 de julho de 2017

Tema Inclusão Digital

O AVA E SUAS INTERFACES DE ENSINO E APRENDIZAGEM




    Os ambientes virtuais de aprendizagem contam com várias ferramentas tecnológicas que permitem a organização de um curso, desde sua concepção. Possibilitando além do gerenciamento das informações concebidas por ele, promover as interações necessárias entre os agentes que promoverão o ensino e aprendizagem.  Segundo Almeida (2003, p. 331) os ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos.
    Estes ambientes são utilizados para viabilizar a construção do conhecimento em cursos de educação à distancia, contudo é importante atentar para a aplicabilidade de suas ferramentas, considerando a essência da proposta educacional que forma o aluno para a vida, uma formação integral. Nas palavras de Moran Costas (2013, p.21) “Na educação, o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão da totalidade”.
    Contudo, Moran Costas (2013, p.22) adverte que para ensinar é preciso que o aluno esteja disposto e apto a aprender: “Ensinar depende também do aluno querer aprender e estar apto a aprender em determinado nível (depende da maturidade, da motivação e da competência adquiridas)”.
    A construção do conhecimento do aluno se dá na interação com a informação, o conteúdo a ser estudado, e na interação com seus pares, professores e colegas de turma. Prado apud Piaget (s.d.) afirma que é necessário haver várias situações de aprendizagem, nas informações trabalhadas com os alunos, que o levam a um processo contínuo de (re) construção do conhecimento. Moran Costas (2013, p.29) completa dizendo que “Aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática”.
    As ferramentas de interação dos ambientes virtuais de aprendizagem são muito importantes neste processo da construção do conhecimento, mas para que sejam realmente eficazes no processo de ensino e aprendizagem, os professores devem utilizá-las de forma pedagogicamente adequada e contextualizada aos propósitos de formação do curso. Prado (s.d., p.3) explica que o uso que se faz destas ferramentas depende do objetivo do professor e das características dos participantes (necessidades e/ou interesses). Embora estas ferramentas sejam de extrema importância, cabe ao professor dar vida, ou seja, dinamizar o seu uso com os alunos.
    De acordo com o pensamento de Moran Costas (2013) a educação precisa ser mais contextualizada, próxima à vivência dos alunos, trazendo um autoconhecimento da sua vida e do seu ‘mundo’. Deve promover dinâmicas mais participativas que levam os alunos a aprender a colaborar por meio de trabalhos em grupo e também a se comunicar por meio de projetos teatrais, mídias áudio visuais entre outras. O autor salienta que a tecnologia é apenas um meio para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem. Contudo, o professor competente e comprometido pode viabilizar o sucesso deste processo, promovendo uma comunicação autêntica e estabelecendo relações de confiança com seus alunos.
    Para Andrade e Santos (2010), a interação nos ambientes virtuais será intensificada, somente se, os professores e alunos utilizarem as ferramentas interativas síncronas e assíncronas de forma significativa no processo de ensino aprendizagem e em sua inter-relação para o desenvolvimento acadêmico. E, estas ferramentas devem ser utilizadas de forma intencional pelos participantes do curso, sempre visando a melhor forma de atingir o objetivo de aprendizagem.
    De acordo com Freire (2006) neste processo de ensino e aprendizagem com mediação das TICs, é necessário considerar que o conhecimento deve ser construído entre professores e alunos. Para que isso ocorra, o professor deve estimular o envolvimento do aluno no seu aprendizado, promovendo sua curiosidade sobre o que ele irá aprender.
     A exemplo disso, podemos indicar os processos e atividades que permitem a (co)autoria e mesmo autoria do aluno, que os leva a refletir e (re)elaborar algo que lhe seja significativo, possibilitando a interpretação de sua realidade (PRADO, s.d.).
     A realização de atividade contextualizada é mais interessante para o aluno, envolvendo-o ainda mais no processo de ensino e aprendizagem, desta forma: 
    É imprescindível que os conteúdos sejam adequados a realidade prática de cada curso, que as interações professor-aluno e aluno-colegas se efetuem em todo o decorrer do curso e que as diferentes ferramentas disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem sejam utilizadas de maneira a atingir os objetivos de cada atividade (CARVALHO E ALVES, 2007, p.171).
   Neste sentido, verificamos a importância do comprometimento do professor com a escolha das atividades, dos materiais e das ferramentas a serem utilizadas em seu curso, adequados ao perfil de seu público discente.
     De acordo com Lopes e Xavier (2007) é importante também que o professor tenha uma postura ativa e dialógica nos ambientes virtuais, fazendo-se presente e sempre disposto a apoiar o aluno neste processo.
  A possibilidade de compartilhamento de informações, “experiências, reflexões e sentimentos” (PRADO, s.d., p.6) entre os participantes de um curso favorecem a realização de trabalhos colaborativos que promovem o crescimento pessoal e coletivo. Nesta troca os participantes poderão se beneficiar com novas formas de perceber um mesmo objeto de estudo.
    De acordo com Lopes e Xavier (2007, p.10):
  É necessário também que os alunos compreendam que vale a pena participar do processo de aprender juntos, criando um clima de apoio, de incentivo e afeto, de maneira tal que a inter-relação professor-NTICs-aluno seja percebida como favorável neste processo de ensino-aprendizagem.
  Nos ambientes virtuais existem várias ferramentas que propiciam a inter-relação entre alunos e professores, podendo ser utilizadas de várias formas, isoladas ou conjugadas. Existem também outras ferramentas e recursos disponíveis na Web que podem ser utilizados de forma complementar.
 Em seu artigo Kay e Andrade (2012) relatam que o ambiente virtual de aprendizagem Moodle possui diversas ferramentas para o desenvolvimento de atividades nos cursos e, além destas, este ambiente dispõe de diversos aplicativos que permitem instalar e utilizar novas ferramentas, inclusive da Web 2.0.
  Percebemos que além das ferramentas padrão existentes no Moodle, podemos contar com ferramentas externas a este ambiente, para potencializar as propostas pedagógicas de ensino-aprendizagem. Kay e Andrade (2012) afirmam que é importante utilizar no ensino as ferramentas Web 2.0 mais usadas e interessantes para os alunos, como as redes sociais. Estas ferramentas podem ser utilizadas em conjunto com o Moodle para torná-lo mais atraente, pois este ambiente normalmente é acessado somente para estudo.
   De acordo com Moran Costas (2013) esta combinação de ambientes mais formais com os informais, nos permite ser mais flexíveis para atender ao nosso público (alunos).
    A partir da análise feita sobre a construção de conhecimento em um ambiente virtual de aprendizagem, considerando a utilização adequada de suas ferramentas, bem como o comportamento intencional dos acadêmicos que a utilizam, buscaremos apresentar as principais ferramentas de interação identificadas no AVA Moodle que auxiliam no processo de interação (inter-relação) professores e alunos e suas potencialidades para utilização em propostas pedagógicas distintas.
   No ambiente Moodle contamos com ferramentas que proporcionam o desenvolvimento de conteúdo e atividades, sendo designados como “Recursos” e “Atividades”.  Neste estudo, analisamos as ferramentas “Atividades”, mais propriamente aquelas ferramentas que promovem a interação entre professores e alunos na construção do conhecimento, indicando suas potencialidades pedagógicas inerentes e algumas outras desenvolvidas por usuários destas ferramentas.


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