HISTÓRIA PARA AQUECER SEU C💝RAÇÃ💝
Selecionei uma história que achei interessante, a gramática da Língua Portuguesa está desatualizada, pois o livro é do ano de 2006.
A Voz de um Anjo👼
Eu vivia cansada. Esgotada. Exausta por trabalhar o dia todo e ainda cuidar, todas as noites, da minha neta de quatro anos, enquanto Kealy, minha filha, trabalhava.
Elas moravam nas vizinhanças. Eu vivia em um pequeno apartamento, e, no andar de baixo, havia uma família com crianças em constante algazarra. Eu saio do trabalho às 17 horas e minha filha, entrava às 18 horas. Geralmente, tínhamos menos de uma hora para preparar o jantar e colocar a conversa em dia.
Como o turno de Kealy terminava muito tarde, era comum minha neta passar a noite comigo. Dormíamos juntas na mesma cama pequena, e toda noite eu perdia um pouco de sono, pois ela chutava e puxava a coberta ou ficava tão próxima a mim que eu não conseguia me mover.
Pelas manhãs, minha filha buscava Phoenix, pois eu precisava trabalhar.
Naquela noite, em particular, minha filha estaria de folga. Durante o dia implorei por uma noite sozinha, para limpar a casa e descansar.
Arrumei a casa, tomei um banho demorado, acendi velas, liguei o rádio e me atirei na cama para ler. Exausta, o sono se apossou de mim e adormeci com o livro nas mãos. Pouco tempo depois, escutei alguém batendo energicamente na porta.
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—"Bobó, Bobó!", gritava Phoenix, do lado de fora.
—"Droga", disse a mim mesma, acordando do que havia sido um ótimo sono, aborrecida por minha filha ter ignorado meu pedido para passar a noite sozinha. Inicialmente não atendi, porém, as batidas estavam ficando mais altas e os chamados mais persistentes.
—"Bobó, Bobó, Bobó!"
—"Está bem, espere", respondi, saindo do quarto e me dirigindo até a porta.
Foi quando vi as chamas. As velas atearam fogo no abajur colocado sobre a mesa do hall, entre mim e a porta. As chamas já atingiam a parede, que já estava chamuscada, e em breve o fogo se espalharia.
—"Espere um minuto", gritei em direção à porta. —"Estou com problemas!"
Agarrei o abajur em chamas, corri até a cozinha e mergulhei-o na água da pia.
Então, apressei-me em abrir a porta para Kealy e Phoenix entrarem, mas não havia ninguém. Acreditando terem elas desistido, voltei para dentro da casa e telefonei para minha filha.
—"Não pude atender a porta", disse a ela, "havia fogo em meu apartamento."
—"Mãe, do que a senhora está falando?" perguntou Kealy.
—"Caí no sono e acordei quando escutei você batendo à porta e a Phoenix me chamando. As velas pegaram fogo e tive de apagá-las.".
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— "Mãe", disse Kealy, "você nos pediu para que a deixásse-mos sozinha esta noite. Não batemos à sua porta. Ficamos em casa a noite toda."
No outro dia, contei para minha amiga Sue sobre o fogo, e como os chamados de Phoenix pareceram reais.
— Não pareceu ser como se eu imaginasse tê-la ouvido, eu realmente a ouvi como se ela estivesse na minha porta, insisti.
—"Eu estava certa de tê-la ouvido e, também de que ela estava do lado de fora da porta, quando a abri. "
— Talvez você ouviu. Talvez houvesse um anjo protegendo você. Talvez o anjo conhecesse a única voz que você escutaria, a voz da sua neta, disse Sue.
— Acho que não, eu disse.
— Pense: você teria aberto a porta se não houvesse alguém batendo?
Pensei a respeito. E a resposta era não. Eu não teria respondido a nenhuma outra voz naquela noite. Será que realmente ouvi os chamados persistentes de minha neta? Poderia ter ficado presa no apartamento e morrido queimada? Pensei em outras coisas, na inesperada gravidez da minha filha de 16 anos, que parecia ter sido o pior acontecimento da minha vida, e, no entanto, tornara-se o momento mais abençoado. Contudo, esse fato fez tudo mudar entre nós, e estava funcionando.
Também pensei sobre como Kealy se transformara em uma mãe maravilhosa, e quão especial era minha netinha. Ela nasceu, acredito, para mostrar-nos como o nosso amor é
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forte. Talvez exista um anjo olhando por mim, um guardião capaz de falar comigo silenciosamente e usar a única voz que me disponho a ouvir quando estou cansada.
Já se passaram dois anos desde o incêndio. Kealy mudou de emprego e agora trabalha durante o dia. Phoenix freqüenta uma ótima escola; ela não me chama mais de "Bobó" e ainda gosta de ficar comigo. Tenho tempo de sobra para pintar, ler, dormir e me divertir com minha filha e minha neta.
Assim, quando a vida ameaça me oprimir, escuto meu anjo, suspirando em algum lugar dentro de minha alma, alertando-me para o que é realmente importante.
Stephanie Barrow
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Fonte: Doses de Conforto: histórias para aquecer o seu coração, elevar seu espírito e enriquecer sua vida/organizado por Collen Sell; tradução Elizabeth Ferreira da Silva, Luciana Mirra.
São Paulo: Edicta/Soleto, 2006.
Título original: A cup of comfort.
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PALAVRAS DESATUALIZADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA🔍
O novo acordo da Língua Portuguesa vigora desde 2009, quando o trema da linguiça, o acento das europeias e o hífen do dia a dia desapareceram.
AGORA, vamos identificar as palavras que estão desatualizadas desse livro que citei acima:
deixásse-mos deixássemos
freqüenta frequenta
